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DEBACLE

Produzido em residência artística na Cité Internationale des Arts e no Centre National de la Danse em Paris no ano de 2022, DEBACLE é um projeto artístico composto por quatro ações, configuradas entre as linguagens do vídeo, da performance e da instalação, que pode ser apresentado no formato de ações isoladas ou combinadas.

Ação 1 – Cartografias em cacos é uma performance em que materiais de construção tornam-se matéria prima e poética para construção e desconstrução de territorialidades. A dança e o canto se justapõem a ações cotidianas, espacializando memórias e afetos sobre um país. Ação 2 – Belicografia de ruídos é uma coreografia sonora. Um experimento em que utilizo captores de som (piezos) fixados em diferentes partes do corpo de modo a construir uma composição em tempo real entre movimento e som. Ação 3 - Contranarrativas é uma instalação interativa em que o objetivo é criar anagramas a partir de frases ditas pela extrema direita, de modo a transgredir o sentido da violência por meio das palavras. Ação 4 – ficções tupiniquins é uma instalação que consiste na projeção de imagens sobre cacos de tijolos e material de construção. As imagens projetadas são registros de uma performance realizada em espaços públicos de Paris ligados a uma construção político-estética que definiu o pensamento moderno capitalista. Assim, danço com meu chapéu-cocar-manto, entre representações simbólicas que me atravessam. Busco em um ritual o entendimento de um corpo tupiniquim.

DEBACLE é uma conversa com o Brasil, onde “tudo parece que era ainda construção e já é ruína”, como disse Caetano Veloso, mas que tem também um jeito de se reinventar a partir dos cacos, fazendo, da lona um teto, um cobertor, um parangolé, dos escombros subjetivos e objetivos da colonialidade, soluções selvagens para uma vida não subalterna, e, das contradições, arte. É também um jogo com as palavras, com o som, a música, a voz e o movimento, e ainda um encontro com a ancestralidade indígena contraditória que me constitui.

 

Esse projeto surge como parte da minha pesquisa de doutorado sobre os ataques e censuras contra os artistas do corpo no Brasil com o avanço da extrema direita na política, bem como, do desejo de “contra-atacar” essas forças por meio da arte. A palavra que dá nome a este projeto vem do francês “débâcler”: queda, colapso, catástrofe, cujo significado literal é “quebrar o gelo”, como em uma enchente de primavera. Segundo Hal Foster, pode ainda indicar uma dialética entre quebrar e fazer diferente em relação a convenções, instituições e leis, resistir ao poder e reformulá-lo.

FICHA TÉCNICA

 

Concepção e performance _ Isaura Tupiniquim

Colaborações _ Laura Damase, Beto Ferreira, Zéfere, Olga Lamas, Juliana Café, Tiago Cohen, Gabi Bresola

HISTÓRICO DE APRESENTAÇÕES 

 

2022

_ Open Studio // Cité Internationale des Arts (França, Paris)

_ Open Studio // Centre National de la Danse – 08 de julho de 2022 (França, Paris) 

_ DEBACLE SENSORIELLE // Collectif 1984 et Maison Baudelique (Bruxelas, Bélgica)

_ PARALELA plataforma de arte (Uberlândia, Brasil) 

_UFPB (Universidade Federal da Paraíba) / Jornada de pesquisa em Artes Cênicas (João Pessoa, Brasil)

_ SOMA GALERIA (Curitiba, Brasil)

2023

_ URBICENTROS (João Pessoa, Brasil)

_ VIVA USINA / Instituto Energisa (João Pessoa, Brasil)

2024

_ CARAVANA INTERATOS – 12 de julho de 2024 (Rio Tinto, Brasil)

VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Dança // Universidade Federal da Bahia (Salvador, Brasil)

_ II Encontro Corpo-Ambiente em Performance // Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Brasil) 

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